Número 1 do Brasil, André Baran dá dicas de como migrar do tênis para o Beach Tennis
Neste artigo você saberá como migrar do tênis para o beach tennis, através das dicas do André Baran. Ex-tenista, o catarinense é um dos principais jogadores do mundo de um esporte que não para de crescer no País. Baran ocupa o quarto lugar no ranking mundial e comemora vitórias e títulos aqui e no exterior
Abril, 2023 – Quadra, raquete, bolinha, disputa a cada ponto, comemoração… As semelhanças são muitas. As diferenças, também. O Beach Tennis vive um ‘boom’ no Brasil. E a comparação com o tênis está sempre presente. Mas, o que os dois esportes têm em comum ou não? É fácil migrar de um para o outro? Nada melhor do que um ex-tenista, hoje um dos melhores atletas do mundo de Beach Tennis, para responder. O catarinense André Baran é referência no Beach Tennis, número 1 do País e quarto colocado no ranking mundial, comemorando conquistas, no Brasil e no exterior.
No tênis, Baran foi treinado pelo técnico Larri Passos. E guarda na memória um momento de muita emoção: em 2008, formou dupla com Gustavo Kuerten, catarinense como ele, no torneio Brasil Open. Na época, sonhava com uma carreira de tenista como a do ídolo. Hoje, vitórias e títulos são realidade para Baran. No Beach Tennis. Atleta da seleção brasileira, conquistou medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos, ouro e prata nos Jogos Mundiais de Praia de ANOC. Sem falar nos títulos no circuito, tanto no masculino como em duplas mistas, nos principais torneios do mundo, como Sand Series – considerado o Grand Slam do Beach Tennis – e BT 400.
Mais de 1 milhão de praticantes – André é destaque de um esporte que não para de crescer no País. O Brasil conta, atualmente, com mais de 1 milhão de praticantes e 30 mil quadras para a prática da modalidade. Seja com jogadores amadores, seja como profissionais, vem ocupando mais e mais espaço. Um levantamento dos números dos torneios oficiais da Federação Internacional de Tênis (ITF) ao redor do planeta aponta para um crescimento de mais de 2.000% do Beach Tennis no Brasil desde 2008, quando chegou por aqui.
“São esportes parecidos, sim, mas o Beach tem a sua própria cara. É diferente do tênis. A começar pela torcida. Eu acredito que o Beach Tennis está crescendo dessa forma muito por conta do público, que é muito participativo nos jogos. E essa diferença, realmente, faz o Beach Tennis ser mais popular, principalmente com o brasileiro, que gosta desse clima. Eu, particularmente, adoro jogar com torcida”, explica Baran.
Jogadores brasileiros são destaque no ranking mundial, no masculino e no feminino. O País é uma potência, que fica atrás, apenas da Itália, onde tudo começou. E que atrai atletas estrangeiros, que vieram morar e treinar no Brasil, por conta do calendário repleto de competições – o maior do mundo.
Hoje totalmente integrado ao Beach Tennis, Baran lembra que a migração de um esporte para outro exige adaptação, um passo a passo de muita dedicação. “A minha adaptação, na verdade, não foi fácil. Comecei já jogando no profissional. Mas, obviamente em um nível regional, depois estadual, e fui evoluindo”, lembra o catarinense.
Baran recorda que quando optou pelo Beach Tennis, as informações sobre o esporte eram poucas, não havia tantos jogadores. Então, buscou se espelhar nos atletas da época, no que podia fazer para evoluir, treinando bastante. “Até hoje estou em evolução. É constante. Nunca estamos prontos”, garante.
E aí vai uma dica fundamental para se adaptar ao novo esporte: muito treino e disciplina, o grande diferencial. Sempre buscando evoluir. Confira outras dicas de Baran:
– Uma das minhas maiores dificuldades nessa transição foi a raquete. A do tênis é de um tamanho totalmente diferente. Então, de início, ela se torna realmente mais difícil. Ponto de contato, noção de espaço. Um dos maiores desafios. Mas como todo esporte, tudo o que a gente faz na vida, quando tem constância, acabamos nos acostumando. Repetir, repetir, repetir. Treinar, treinar, treinar.
– Uma das grandes diferenças do Beach Tennis para o tênis é o tempo de reação. Como é um esporte que não pode ter kick, então ele se torna muito mais rápido. No tênis são golpes maiores e mais amplos. No Beach Tennis, é preciso encurtar os movimentos. Movimentos mais curtos, por conta de tempo de reação ser menor. Sempre golpes curtos e rápidos. Visando mais munheca e mais antebraço.
– Mas os golpes são bastante parecidos. Podemos nos espelhar em muita coisa. Um dos aspectos muito positivos do tênis para o Beach Tennis é o saque, as alavancas, que ganhamos para gerar potência.
– Tem também a parte do topspin, das variações de empunhadura. Esse domínio da raquete faz toda a diferença no Beach Tennis.
– E por ser um esporte muito rápido, é necessária a bola sem pressão, para que tenha uma jogabilidade, mais rali. Acabamos garantindo um pouco mais de toques, a bola fica mais maleável para o jogo. Então se torna mais atrativo.
– Um dos aspectos principais, também, é a mentalidade do tênis. Conseguindo transferir para o Beach Tennis, ajuda bastante no autoconhecimento.
Do tênis para o Beach Tennis – André Baran empunhou uma raquete pela primeira vez aos 4 anos. Dificuldades naturais da transição do juvenil para o profissional se apresentaram e, diante os obstáculos, Baran decidiu abandonar a vida de esportista aos 21 anos e ingressar no mundo corporativo. Foram cinco anos longe do esporte. O Beach Tennis entrou como hobby. Aos poucos, o espírito competitivo o levou aos torneios e os campeonatos trouxeram resultados. Hoje, aos 32 anos, disputa as principais competições do calendário e quer atuar além das quadras de areia, deixando um legado para o Beach Tennis no Brasil.
Sobre André Baran – O ex-tenista André Baran nasceu em Brusque (SC) e hoje vive em Uberlândia (MG). Atual número um do Brasil e quarto melhor atleta no ranking internacional da modalidade, tornou-se referência no Beach Tennis ao colecionar títulos mundiais pela seleção brasileira de Beach Tennis, como medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos, ouro e prata nos Jogos Mundiais de Praia ANOC, no Catar, além de ser bicampeão mundial por equipes no Brasil e Rússia.
Na carreira, Baran conquistou outros títulos importantes da ITF nas duplas masculinas e mistas. Ao lado da parceira Rafaella Miller, comemorou o bicampeonato no Mundial de Terracina na Itália, além do ITF BT 400, em Balneário Camboriú (SC) e Sand Series em Ilhas Reunião. Em 2022, com o atual parceiro russo Nikita Burmakin, foi campeão do ITF BT 400 em Valinhos (SP) e, também, em Laguna (SC). Agora em abril, comemorou mais um ITF BT 400 com Nikita: campeão em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. E venceu seu primeiro Sand Series, em Ribeirão Preto (SP).
Desenvolveu sua própria metodologia de ensino, que está presente no Praia Clube, em Uberlândia (MG) e, também, em Brusque (SC), na Sociedade Esportiva Bandeirante. Em parceria com a Alto Giro, Baran desenvolveu uma linha exclusiva de roupas que alia design, conforto e tecnologia. A Alto Giro, marca do grupo Recco Co que está no mercado há 34 anos na confecção de roupas fitness e praia, descreve a coleção de André Baran como sendo composta por “peças superconfortáveis e com uma qualidade incrível. De secagem rápida e com proteção UV, os shorts e camisetas te ajudam a transmitir a sua melhor versão no esporte”. A coleção assinada pelo número um do Brasil conta ainda com bonés, manguitos e agasalhos.